Apesar da chuva, festa do Dia da Consciência Negra agrada público
O público lotou a praça e entrou de cabeça no clima amistoso da festa, fosse dançando, cantando, conversando com os amigos, tomando uma bebida ou comendo um quitute
Publicado em 23/11/2018 15:56 - Atualizado em 23/11/2018 16:37
Fotos: Roberto Mendes
O público lotou a praça e entrou de cabeça no clima amistoso da festa, fosse dançando, cantando, conversando com os amigos, tomando uma bebida ou comendo um quitute
A chuva que caiu ontem no início da noite quase atrapalhou a realização do evento que marcou a Semana da Consciência Negra. Mas, a natureza ajudou e foi tudo um sucesso. Na praça dos Pioneiros, animaram a festa os DJs André Lima, 2M e 2B O Brabo (do Rio de Janeiro), Rap Board, Black Sisters, com muito funk e música eletrônica, e a banda de reggae Dr. Indica, que levou a galera ao delírio e deixou aquele gosto de quero mais quando o show teve de ser encerrado devido ao horário.
Depois da chuva, o público lotou a praça e entrou de cabeça no clima amistoso da festa, fosse dançando, cantando, conversando com os amigos, tomando uma bebida ou comendo um quitute.
“A data é muito importante porque dá visibilidade a uma minoria. Acho que devíamos nos lembrar todos os dias não só da consciência negra, mas também de todas as minorias excluídas e oprimidas pelo sistema”, declarou Bruno Denadai, tecladista da Dr. Indica.
Valadarense radicada na França há 15 anos, Tauana Gomes da Silva é militante feminista e antirracista e faz doutorado em história na Universidade de Rennes II. De acordo com ela, o dia 20 de novembro (Dia da Consciência Negra) “sempre será um momento importante, quando os grupos e associações que se identificam como antirracistas podem expressar mais diretamente suas reivindicações, demandas, causas e também apresentar suas conquistas.”
Questionada sobre uma possível melhora ou piora na questão do racismo no Brasil, ela é categórica: “Não é possível medir o racismo – dizer se ele ‘melhorou’ ou ‘piorou’. Ele não melhora nem piora. Racismo é racismo! É forma de violência para aquele que o vive. Não se trata de uma questão de ‘melhorar’; trata-se do fato de que os movimentos antirracistas, depois de séculos de existência (desde Zumbi, podemos dizer), agora se fortaleceram e conseguem circular melhor na cena política e nela ocupar espaços importantes”, explicou.
Antônio Augusto Alves, o Toninho da OMCAD (Órgão Mobilizador da Comunidade Afrodescendente de Valadares), gerente de igualdade racial da Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Lazer (SMCEL), esclarece que a festa homenageia o herói Zumbi dos Palmares, morto em 20 de novembro de 1695: “Zumbi, para nós, é uma referência, é nosso rei, e estamos buscando o reconhecimento desta data pelo Município como feriado, a exemplo de outras cidades que já reconheceram a importância de se reverenciar nosso herói.”
por Secretaria de Comunicação e Mobilização Social